O jogo parece ser artisticamente inspirado em filmes de Quentin Tarantino ou Robert Rodriguez com os menus, música e até as personagens muito parecidas com os seus filmes. WET também tem como inspiração em jogos como Max Payne e Stranglehold, utilizando a sua mecânica de combate e o uso de Bullet-time.
Para o Trabalho Sujo temos a sexy e mortífera Rubi Malone, que inicialmente é contratada para recuperar no mercado negro um coração para salvar a vida de Rupert Pellum/Mrs. Ackers, um dos chefes do mundo do crime a pedido de seu filho delinquente. Um ano depois, esse mesmo criminoso pede a Rubi que resgate seu filho, tudo, claro, em troca de muito dinheiro. Uma história simples e banal que leva a nossa sensual Rubi por 12 capítulos cheios de violência, num mundo rodeado de bandidos e senhores do crime, que apesar de uma narrativa fraca, existem alguns momentos mágicos de tiroteios.
Na primeira missão, o jogo apresenta-nos todos os seus movimentos de ataque, como saltar, correr, saltar sobre uma parede, deslizar de joelhos, fazendo tudo isso ao mesmo tempo, disparamos sobre tudo e todos, ficando assim em Time Bullet, dando tempo para semear o caos e o terror sobre os nossos inimigos. Rubi usa duas pistolas, durante Bullet-time uma das armas faz mira automática num alvo próximo, aproveitando para poder usar a outra num inimigo diferente. Também usa uma longa espada, que pode ser usada para destruir caixas, para cortar alguns membros dos inimigos que faz com que o sangue esguiche dos seus corpos por todo lado.
Conforme vamos progredindo no jogo iremos desbloquear novas armas, como por exemplo caçadeiras, metralhadoras e arcos, todas elas, menos as pistolas, têm munições limitadas. Alterar de arma é fácil e rápido, apenas temos de carregar para cima ou para a direita no D-Pad e no final de cada etapa do título, o jogador é avaliado em três factores diferentes: hora de conclusão, acrobática e multiplicadores.
Com base no desempenho nestas áreas serão dados pontos de estilo, permitindo a compra de upgrades para as armas e habilidades para Rubi. Para além disso, os múltiplos pontos ajudam Rubi a regenerar a energia, assim como as garrafas de Whiskey que encontramos pelo caminho, e quando activado o uso da garrafa, ela bebe um gole e lança-a ao ar e dispara sobre a mesma.
A jogabilidade é do género de Stranglehold com tiroteios cinematográficos, mas consegue ter muito mais movimentos e muitos deles de uma verdadeira ginasta, as habilidades de rubi são tão impressionantes que não sentimos dificuldade em matar os nossos inimigos, que muitas vezes são mais que as mães! Tudo muito rápido e eficaz e usando também a sua espada ela deixa um rasto enorme de sangue por onde ela passa, e no final só vemos corpos espalhados pelo chão, uma carnificina autentica fazendo-nos lembrar o filme Kill Bill. E isso não é bom? Mesmo depois de um dia de trabalho em que vimos chateados para casa com vontade de libertar o nosso stress em mil e um bandidos?
Sim, a ideia parece ser agradável, mas nem tudo são rosas neste WET, para mim foi como se me espetassem uma faca nas costas, tal era a curiosidade de experimentar este jogo. Mas a mecânica de combate tem muitos problemas, alguns dos seus movimentos são ridículos como por exemplo deslizar de joelhos tanto a descer como a subir degraus, sem estar em modo Time Bullet Rubi dispara muito mais lentamente, o que nos obriga a estar sempre aos saltos, portanto, se corrermos e disparamos os nossos inimigos custam em demasia a morrer.
O jogo é variado, temos perseguições a pé ou a automóvel onde Rubi salta de carro para carro, tudo muito parecido com Pursuit Force da PSP, lutas durante o percurso, muitas lutas em arenas, desafios, etc. Mas WET tem um percurso básico onde apenas dispomos de um único caminho a percorrer e ainda somos ajudados com uma pequena iluminação para explorar determinado local.
Com cenários pequenos até chegarmos a uma zona semelhante a uma arena, onde lutamos com vários inimigos cujo o objectivo é conseguir fechar todas as portas por onde eles aparecem. Para além de estar sempre aos saltos com a Rubi (Atenção não pensem outras coisas!) que já por si é chato, temos de lutar em várias arenas e sempre com o mesmo objectivo. Além disso a AI do jogo é muito fraca, os inimigos ficam à nossa espera, não procuram locais para se proteger e ficam ridiculamente a olhar para nós que nos dá tempo para chegar perto deles e matá-los com a espada.
Os melhores momentos do jogo são quando Rubi fica furiosa por ter sangue na cara, neste preciso momento o jogo fica com gráficos cell-shaded completamente diferente e melhor que os seus gráficos “normais”, ao estilo de killer 7 na Ps2 (Ainda se lembram?), Rubi vê tudo vermelho como se tudo fosse sangue, e ao matar os seus inimigos eles evaporam como se fossem apenas pó. Além disso, o modo Rage, enquanto visualmente requintado, não adiciona nenhuma mecânica substancial ao jogo.
Uma coisa que não consigo explicar é a música durante o jogo, tudo bem que Quentin Tarantino use aqueles musicas em Kill Bill e em outros filmes porque os torna diferente, mas usar música pop-rock dos anos 70 num jogo de acção em nada o favorece, é preciso música que aumente a adrenalina ao jogador no meio das lutas e tiroteios. Ao invés temos faixas que nada têm a ver com o jogo. Os gráficos do Wet não são nada impressionantes e não se comparam a outros jogos de acção como Devil May Cry, com algumas texturas a serem muito fracas, tanto no ambiente como nas personagens, anti-aliasing muito baixo e efeitos de luz praticamente não existem.
Após a conclusão da História, dois modos serão desbloqueados, Challenge Arenas e o Points Mode, para assim aumentar o tempo de vida do jogo, apesar de ter um comprimento razoável para um título de acção, com um total de 12 capítulos e alguns deles são bem pequenos. No entanto podemos obter alguma satisfação por completar todos os desafios e obter todos os troféus.
Com todas as suas referências em filmes e jogos, WET não é uma verdadeira sensação cinematográfica, parece ter todos os ingredientes certos para fazer dele um grande jogo mas parece não ter sido polido, as ferramentas estão lá, mas por todas a trabalhar em conjunto isso é que não acontece.
A qualidade da narrativa, a música e os diálogos deixam muito a desejar. Todas as lutas, tiroteios e acrobacias de Rubi parecem muito divertidas mas a sua jogabilidade às vezes irrita e não é perfeita; ao longo da história torna-se bastante repetitivo. Para além disso o grafismo fraco desmotiva logo no início do jogo, apesar das múltiplas dificuldades no modo história só os verdadeiros apaixonados é que irão jogar pela segunda vez. Esperava mais de WET, que poderia ser um bom jogo de acção, que no final se torna stressante e aborrecido. O fim deixa em aberto uma sequela, por isso, esperemos por uma Rubi mais coordenada, faladora e com aspecto visual mais detalhado.
6/10
Fonte: Eurogamer
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